Imagine que sua empresa está investindo pesado em publicidade: campanhas na televisão, anúncios no rádio e outdoors pela cidade. Só que os resultados simplesmente não aparecem. O caixa da empresa está cada dia menor e você se pergunta onde está o erro (será que está na equipe de marketing?).
As campanhas parecem promissoras, mas o retorno não vem. Frustrado, você já trocou a equipe de marketing três vezes, mas nada mudou. Então você pensa, e se existisse uma forma de acelerar o meu crescimento de maneira mais eficiente e econômica?
É aqui que o growth hacking entra em cena. Vamos explorar como essa estratégia pode transformar seus resultados!
O que é growth hacking?
Sean Ellis, em 2010, cunhou o termo "growth hacking", analisando empresas com crescimento acelerado como Dropbox e Eventbrite. Ele descobriu que essas empresas fugiam do marketing tradicional, buscando formas inovadoras de divulgar sua marca e seu produto/serviço, fazendo rigorosas otimizações baseadas em dados.
Portanto, growth hacking é uma solução para fazer negócios crescerem rapidamente. Mas é claro que não é uma metodologia milagrosa. A empresa deve trabalhar o crescimento significativo e acelerado da empresa com base em hipóteses e experimentação. Isso envolve a identificação de pontos críticos, criação de soluções e testes rigorosos para validar hipóteses.
Em suma, o growth hacking é:
- Identificação de problemas e oportunidades: Entender os problemas da empresa e as áreas com potencial de alavancagem. Por exemplo, uma empresa pode perceber que a taxa de conversão de visitantes para clientes está baixa e decidir focar em melhorar essa métrica.
- Criação de hipóteses: Gerar soluções e priorizar as melhores ideias. Use métodos como brainstorming e análise de impacto para selecionar as ideias mais promissoras.
- Testes: Encontrar maneiras simples de testar as ideias. Isso pode envolver testes A/B, onde duas versões de uma página ou e-mail são comparadas para ver qual performa melhor.
- Aprendizado: Aprender com os resultados e gerar novas ideias com base no que funcionou ou não. Documente cada experimento e use os dados para orientar as próximas etapas.
- Disciplina na execução: Seguir uma ordem lógica e manter a disciplina na execução dos experimentos é crucial. Isso garante que os esforços sejam consistentes e focados.
O objetivo dessa metodologia segue 3 princípios básicos:
- Crescimento: Foco em aquisição, ativação, retenção, receita e recomendação. Essas são as fases principais do funil de growth.
- Métrica Norte: Definir claramente a métrica de sucesso, que guiará todas as iniciativas de growth hacking.
- Experimentos: Testar hipóteses através de experimentos controlados e aprender com os resultados.
3 fases do growth
- Product-Market Fit: Nesta fase inicial, o objetivo é criar um produto que realmente atenda às necessidades do mercado. Isso significa entender profundamente o público-alvo e ajustar o produto para resolver seus problemas de maneira eficaz. Uma ferramenta que pode ajudar a validar o Product-Market Fit é a regra dos 40%, desenvolvida por Sean Ellis. Esta regra envolve conduzir uma pesquisa com os clientes para avaliar o quanto eles valorizam o produto. Se mais de 40% dos entrevistados disserem que ficariam muito desapontados caso o produto deixasse de existir, isso indica que a empresa atingiu o Product-Market Fit. Essa validação é essencial, pois garante que o produto tenha um mercado sólido antes de avançar para estratégias de crescimento mais agressivas.
- Growth hacks: Depois de assegurar o Product-Market Fit, a próxima fase é a aplicação das táticas de growth hacking propriamente ditas. Aqui, a empresa começa a formular e testar hipóteses sobre possíveis caminhos de crescimento. Envolve a criação e execução de experimentos rápidos e de baixo custo para identificar oportunidades de crescimento. A chave nesta fase é a rapidez e a agilidade para poder aprender com cada experimento.
- Escalonamento e otimizações: O foco aqui é aumentar a propagação do produto/serviço utilizando o mínimo de recursos possíveis. Isso envolve a implementação de processos automatizados, como campanhas de marketing por e-mail e sistemas de CRM, e a busca contínua por melhorias nas estratégias de marketing. Ferramentas de análise de dados, como Google Analytics, devem ser usadas para monitorar o desempenho e ajustar abordagens com base nos dados coletados. Além disso, realizar testes A/B constantes para otimizar os funis de vendas, diversificar canais de marketing e personalizar experiências dos usuários são cruciais para manter um crescimento sustentável. O objetivo é criar um ciclo de crescimento contínuo, onde cada processo seja mais eficiente e eficaz.
Diferença entre growth hacking e outras técnicas de marketing
A diferença entre marketing tradicional e growth hacking está principalmente na abordagem, nos canais utilizados e na forma de mensurar os resultados. O marketing tradicional foca em construir a marca e a reputação ao longo do tempo, utilizando mídias convencionais como TV, rádio, jornais e revistas, com campanhas caras e de longo prazo. A capacidade de mensurar os resultados é limitada e baseada em estimativas, como audiência de TV ou leitores de revistas.
Em contrapartida, o growth hacking é uma abordagem ágil e orientada por dados, focada em resultados rápidos e mensuráveis. Utiliza canais digitais e criativos, como redes sociais, blogs, SEO e e-mail marketing, que são mais econômicos e altamente direcionados. Cada ação é monitorada com precisão, permitindo ajustes rápidos baseados em resultados reais, visando maximizar o crescimento com recursos mínimos.
Por que fazer growth hacking?
O crescimento exponencial vem da soma de vários pequenos crescimentos. Realizar múltiplos experimentos em paralelo é essencial para acumular aprendizado e gerar ideias de otimização. Isso permite que a empresa evolua continuamente e se adapte rapidamente às mudanças do mercado.
Atualmente, o investimento em marketing tradicional se tornou inviável para muitas empresas, por conta do alto custo (muitas vezes sem uma garantia de retorno) e da rejeição do público. Por isso o growth ganhou tanto espaço e força. É uma metodologia que proporciona mais segurança por ser uma estratégia baseada em análise de dados e só é aplicado quando os experimentos comprovarem eficácia - uma solução mais rápida e barata que o marketing tradicional
Em que momento implementar growth hacking?
Existem 3 momentos que são viáveis ou até mesmo recomendados:
- Empresas em estruturação: Ideal para empresas que estão estruturando seus principais processos operacionais. Em vez de investir pesadamente em métodos tradicionais e caros, os testes rápidos permitem que se encontrem as táticas mais eficazes para encontrar resultados.
- Empresas em operação: Empresas que já têm processos rodando podem usar growth hacking para decidir entre criar novos processos ou otimizar os existentes. Nesta fase, o growth hacking ajuda a empresa a identificar oportunidades de melhoria e permite a inovação, levando a empresa crescer de forma mais rápida.
- Empresas estruturadas: Empresas que buscam eficiência contínua em seus processos podem usar growth hacking para maximizar o uso de recursos. Mesmo com processos bem estabelecidos, o growth hacking oferece uma abordagem orientada por dados para otimização contínua. Isso permite que empresas maduras mantenham uma vantagem competitiva, identifiquem novas oportunidades de crescimento e continuem a melhorar suas operações, garantindo um crescimento sustentável a longo prazo.
Por onde começar?
Inovar sem uma base sólida pode ser arriscado. Portanto, antes de implementar novas estratégias, é crucial otimizar os processos existentes na sua empresa. Comece analisando o que já funciona e identifique áreas de melhoria. Aperfeiçoe os processos atuais para garantir que eles estejam funcionando da melhor maneira possível. Utilize os dados dos processos otimizados como norte para suas próximas etapas e assegurar que qualquer nova estratégia seja implementada com uma base sólida e otimizada.
Aplicando o growth hacking na prática:
- Etapa 1: Inicie realizando brainstormings com sua equipe para identificar problemas e oportunidades de melhoria. Utilize o funil de vendas para mapear onde ocorrem as principais perdas de clientes ou onde há potencial de crescimento. Por exemplo, analise onde a taxa de conversão está mais baixa e colete feedback dos clientes para entender melhor as áreas que precisam de atenção.
- Etapa 2: Avalie as ideias geradas com base em seu potencial, importância e facilidade de implementação. Use modelos como ICE (Impacto, Confiança e Facilidade) para priorizar as ideias – estime o impacto potencial que cada ideia pode ter, avalie a confiança de que a ideia funcionará, e considere a facilidade de execução em termos de tempo e recursos necessários. Classifique as ideias e escolha as mais promissoras para testes.
- Etapa 3: Defina claramente suas hipóteses sobre o que você espera alcançar com cada ideia. Estabeleça quais são os resultados esperados e determine quais pessoas e ferramentas serão necessárias para implementar e acompanhar os testes. Por exemplo, se você acredita que uma nova abordagem de marketing pode aumentar as conversões, defina a hipótese, as métricas para medir o sucesso e os recursos que serão envolvidos.
- Etapa 4: Realize os testes das ideias selecionadas e acompanhe os resultados com atenção. Monitore o desempenho das experimentações e registre todos os dados e observações relevantes. Documente tudo para análise futura, o que ajudará a entender o que funcionou, o que não funcionou e por quê.
- Etapa 5: Se os testes forem bem-sucedidos, aplique as mudanças em larga escala para maximizar o impacto. Implemente as estratégias vencedoras em todos os segmentos relevantes e continue monitorando os resultados para garantir que os ganhos sejam sustentáveis. Ajuste as táticas conforme necessário e use o feedback contínuo para refinar as abordagens e manter o crescimento.
Agora, vamos analisar o funil de vendas e ver possíveis problemas em cada etapa, juntamente com exemplos de como o growth hacking pode ajudar a resolver esses problemas
- Conscientização: Experimente diferentes segmentações e criativos para suas campanhas de anúncios. Realize testes A/B para comparar o desempenho de diferentes anúncios e canais, como Google Ads vs. Facebook Ads. Utilize ferramentas de SEO para identificar palavras-chave que estão atraindo mais visitantes e ajuste sua estratégia de conteúdo.
- Consideração: Experimente diferentes ofertas e CTAs (call-to-action/ chamada para ação) em suas páginas de destino, como e-books gratuitos, webinars ou trials gratuitos. Realize testes A/B para identificar qual oferta e formato de formulário resultam em maior conversão. Utilize pop-ups ou banners internos para capturar leads que estão prestes a sair.
- Decisão: Teste diferentes ofertas de fechamento, como descontos por tempo limitado ou bônus adicionais para conversões rápidas. Experimente ajustes na página de checkout, como a simplificação do processo de pagamento ou a adição de garantias.
Ferramentas de growth hacking
Para implementar growth hacking de maneira eficaz, é importante usar as ferramentas certas. Aqui estão algumas das principais ferramentas e como elas podem ajudar:
- Analytics: Ferramentas como Google Analytics, HEAP e Mixpanel permitem monitorar o comportamento dos usuários e medir o impacto das mudanças.
- Google Analytics: A plataforma mais popular para análise de dados de websites, oferece insights detalhados sobre tráfego e comportamento do usuário.
- HEAP: Fornece análises automatizadas e captura cada interação do usuário com seu site sem precisar de eventos de rastreamento manuais.
- Mixpanel: Focada em análise de produtos, permite entender como os usuários interagem com seus produtos e quais ações levam à conversão.
- Testes A/B: Ferramentas como Google Optimize ajudam a executar testes A/B para comparar diferentes versões de páginas web e determinar qual é mais eficaz.
- Google Optimize: Permite testar variações de conteúdo web para ver qual gera melhores resultados.
- Optimizely: Outra popular ferramenta de teste A/B que oferece recursos avançados para experimentação.
- Automação de marketing: Plataformas como RD Station, LeadLovers e Unbounce ajudam a automatizar processos de marketing, economizando tempo e recursos. Elas ajudam a executar testes rápidos de diferentes estratégias e a acompanhar os resultados em tempo real. Métricas como taxa de abertura e clique em e-mails, taxa de conversão de leads e retorno sobre investimento (ROI) são fundamentais para medir o impacto das automações.
- RD Station: Uma solução completa de automação de marketing que inclui ferramentas para captação de leads, nutrição e análise de resultados.
- LeadLovers: Focado em automação de marketing digital, facilita a criação e gestão de campanhas de email marketing e funis de vendas.
- Unbounce: Excelente para criação e teste de landing pages, ajudando a otimizar a conversão de visitantes em leads.
Conclusão
Growth hacking não é uma fórmula mágica, mas uma abordagem sistemática e orientada a dados para o crescimento empresarial. Com a mentalidade correta e as ferramentas apropriadas, qualquer empresa pode implementar essa estratégia para alcançar um crescimento acelerado e sustentável. Se você está pronto para explorar como essas técnicas podem redefinir o seu caminho para o sucesso, a jornada está apenas começando.